quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Antologia de poemas reunidos por Che Guevara será publicada

Antologia de poemas reunidos por Che Guevara será publicada

O conhecido "caderno verde de Che", no qual o revolucionário argentino reuniu uma antologia de poemas de autores ibero - americanos, será publicado pela editora Planeta, informou hoje o escritor mexicano Paco Ignacio Taibo II, que escreverá o prefácio da edição.

"Quando Che é preso (na Bolívia) e o levam para La Higuera, há um momento em que os dois agentes da CIA que estão ali e o G2 (serviço de inteligência militar) boliviano revistam o conteúdo de sua mochila (...) e encontram os diários, o caderno de códigos para se comunicar com Havana e um caderno verde", contou o escritor.
Cópias desse caderno, que foi guardado junto com outros documentos em uma caixa-forte pelos serviços secretos da Bolívia, chegaram há dois anos às mãos da editora Planeta, que encarregou Taibo II, que em 1997 escreveu uma biografia de Che, de autenticar e analisar o material. O caderno continha poemas sem título ou autor, motivo pelo qual, a princípio, Taibo II chegou a pensar que tivessem sido escritos pelo próprio Che. Aos poucos, o escritor foi reconhecendo alguns dos textos e concluiu que a descoberta "era, evidentemente, uma antologia, era sua própria antologia". Os 69 poemas reunidos no livro pertencem ao chileno Pablo Neruda, ao cubano Nicolás Guillén, ao peruano César Vallejo e ao espanhol León Felipe.
Taibo II acredita que os versos tenham sido copiados textualmente por Che Guevara durante sua campanha na Bolívia, entre novembro de 1966 e outubro de 1967, quando foi assassinado.

Os Votos *

Sérgio Jockymann*

Desejo primeiro que você ame, E que amando, também seja amado. E que se não for, seja breve em esquecer. E que esquecendo, não guarde mágoa. Desejo, pois, que não seja assim, Mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos, Que mesmo maus e inconseqüentes, Sejam corajosos e fiéis, E que pelo menos num deles Você possa confiar sem duvidar. E porque a vida é assim,

Desejo ainda que você tenha inimigos. Nem muitos, nem poucos, Mas na medida exata para que, algumas vezes, Você se interpele a respeito De suas próprias certezas. E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo, Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil, Mas não insubstituível. E que nos maus momentos, Quando não restar mais nada, Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante, Não com os que erram pouco, porque isso é fácil, Mas com os que erram muito e irremediavelmente, E que fazendo bom uso dessa tolerância, Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem, Não amadureça depressa demais, E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer E que sendo velho, não se dedique ao desespero. Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste, Não o ano todo, mas apenas um dia. Mas que nesse dia descubra Que o riso diário é bom, O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra, Com o máximo de urgência, Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos, Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato, Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro Erguer triunfante o seu canto matinal Porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente, Por mais minúscula que seja, E acompanhe o seu crescimento, Para que você saiba de quantas Muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, Porque é preciso ser prático. E que pelo menos uma vez por ano Coloque um pouco dele Na sua frente e diga "Isso é meu", Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra, Por ele e por você, Mas que se morrer, você possa chorar Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem, Tenha uma boa mulher, E que sendo mulher, Tenha um bom homem E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes, E quando estiverem exaustos e sorridentes, Ainda haja amor para recomeçar.

E se tudo isso acontecer, Não tenho mais nada a te desejar

*corrigido em 15/10/2007 a partir de depoimento deixado pelo atento leitor Pinheiro. Publicado inicialmente (e difundido pela internet) como "Desejos", de Victor Hugo, este belo poema é de um gaúcho de Palmeira das Missões. Valeu!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Afinal, qual é a verdade sobre o 11/9?


Texto que li no "Vozes do Sul", e achei legal repercutir aqui, no PENSAMENTO DIVERSO:

Robert Fisk: Até eu questiono a verdade sobre o 11/9

Artigo do jornalista Robert Fisk para o Independent, traduzido para o portal Vermelho. Leia aqui a versão original em inglês.

Até eu questiono a “verdade” sobre o 11/9

Toda vez que faço uma palestra sobre o Oriente Médio tem sempre alguém na platéia — apenas um — que eu chamo de ''raivoso''. Desculpem-me aqueles homens e mulheres que vão até minhas palestras com questões brilhantes e pertinentes — na maioria das vezes muito deferentes para mim como jornalista — e que mostram que sabem sobre a tragédia do Oriente Médio muito mais que os jornalistas que cobrem o assunto. Mas o ''raivoso'' é real. Ele toma a forma física tanto em Estocolmo quando em Oxford, tanto em São Paulo quanto em Ierevan, no Cairo, em Los Angeles e, na forma feminina, em Barcelona. Não importa o país, sempre haverá um raivoso.


A pergunta dele — ou dela — é mais ou menos assim. Por que, se você se diz um jornalista livre, não relata o que realmente sabe sobre o 11 de setembro? Por que você não conta a verdade — que a administração Bush (ou a CIA, Mossad, sabe-se lá o quê) explodiu as torres gêmeas? Por que você não revela os segredos por trás do 11 de setembro?


A convicção em cada pergunta é que Fisk sabe — que Fisk tem um absoluto, concreto, cofre de metal que contém a prova final do que ''todo mundo sabe'' (essa é a frase usual) quem destruiu as torres gêmeas. Algumas vezes o raivoso está claramente estressado. Um homem em Cork gritou sua pergunta para mim, daí — no momento que sugeri que sua versão do plano era um pouco ímpar — ele deixou a platéia, xingando e chutando as cadeiras que via pela frente.


Geralmente, tento dizer a ''verdade''; que, enquanto existem questões não respondidas sobre o 11 de setembro, eu sou o correspondente do The Independent, não o correspondente conspiratório; que eu vejo muitas maquinações concretas às minhas mãos no Líbano, no Iraque, na Síria, no Golfo, etc, para me preocupar sobre planos imaginários em Manhattan. Meu argumento final — um nocaute, no meu ponto de vista — é que a administração Bush ferrou tudo — do ponto de vista militar, politico e diplomático — que tentou fazer no Oriente Médio; então, como na Terra essa administração poderia realizar com sucesso os crimes internacionais contra a humanidade nos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001?


Bem, eu ainda defendo esse ponto de vista. Qualquer militar que diga — como os americanos fizeram dois dias depois — que a al-Qaida está desbaratada não é capaz de fazer algo na escala do que aconteceu em 11 de setembro. ''Nós desbaratamos a al-Qaida, a pusemos para correr'', disse o coronel David Sutherland sobre a ''Operação Martelo Relâmpago'' na província iraquiana de Diyala. ''Seu medo de encarar nossas forças prova que os terroristas sabem que não há lugar seguro para eles''. E, mais do mesmo, tudo isso é falso.


Horas depois, a al-Qaida atacou Baquba com a força de um batalhão e massacrou todos os xeques locais, que haviam sido encastelados pelas mãos dos americanos. Isso me fez lembrar o Vietnã, a guerra que George Bush assistiu dos céus do Texas — o que pode explicar o porquê dele, esta semana, misturar o fim da guerra do Vietnã com o genocídio em um outro país chamado Camboja, cuja população foi salva pelos mesmos vietnamitas contra os quais os colegas mais corajosos de Bush lutaram anos a fio.


Mas, aqui vamos nós. Eu estou cada vez mais encafifado com as inconsistências da narrativa oficial do 11 de setembro. Não apenas pelo óbvio ''non sequiturs'': onde estão as partes da aeronave (motores, etc) que atacou o Pentágono? Por que as autoridades envolvidas com o vôo 93 da United (que caiu na Pensilvânia) foram obrigadas a fechar o bico? Por que os restos do vôo 93 se espalham por quilômetros quando supostamente o avião chocou-se contra o solo ainda inteiro? Novamente, não estou falando sobre a ''pesquisa'' maluca de David Icke (Alice no País das Maravilhas e o Desastre do World Trade Center), que poderia fazer qualquer homem são tentar decorar a lista telefônica.


Eu estou me referindo a questões científicas. Se é verdade, por exemplo, que o querosene queima a 820º Celsius sob ótimas condições, como é que o aço das duas torres, cujo ponto de fusão está supostamente acima de 1.480ºC, poderiam ter entrado em colapso na mesma velocidade? Elas cairam em 8,1 segundos e 10 segundos. E a terceira torre, o World Trade Centre Building 7, ou edifício Salmon Brothers, que desmoronou em 6,6 segundos até seus alicerces às 17h20 do dia 11 de setembro? Por que ela desmoronou daquele jeito se nenhuma aeronave a atingiu? O Instituto Americano de Padrões e Tecnologia analisou a causa da destruição dos três edifícios. Eles ainda não relataram nada sobre o WTC 7. Dois proeminentes professores americanos de engenharia mecânica — com toda a certeza fora da categoria dos ''raivosos'' — processam o Instituto na Justiça contra o que vaticina o relatório final, argumentando que ele pode ser ''fraudulento ou enganador''.


Jornalisticamente, existem muitas coisas ímpares sobre o 11 de setembro. Relatórios iniciais de repórteres que afirmam terem ouvido explosões nas torres — que bem poderiam ser as estruturas se rompendo — são fáceis de desmentir. Menos o de que o relato de que o corpo de uma comissária da tripulação de um dos vôos foi descoberto nas ruas de Manhattan com suas mãos atadas. OK, então vamos assumir que isso foi só boataria de momento, assim como a lista da CIA de seqüestradores-suicidas, que incluiam três homens que estavam — e ainda estão — vivos da silva e vivendo no Oriente Médio, foi um erro inicial da inteligência americana.


Mas e o que dizer da esquisita carta supostamente escrita por Mohamed Atta, o assassino-seqüestrador egípcio de cara assustada, cujo conselho ''islâmico'' a seus cruéis camaradas — revelado pela CIA — mistificou cada amigo muçulmano que eu conheço no Oriente Médio? Atta mencionou sua família — o que nenhum muçulmano, mesmo mal-intencionado, gostaria de incluir em tal oração final. Ele lembra seus companheiros-de-morte para fazerem a primeira oração muçulmana do dia e então continua a citá-la. Mas nenhum muçulmano precisa de tal lembrança — para não dizer nada do texto da oração do ''Fajr'' que foi incluído na carta de Atta.


Deixem-me repetir mais uma vez. Eu não sou um teórico da conspiração. Poupem-me dos raivosos. Poupem-me das maquinações. Mas como todo mundo, eu gostaria de conhecer a história completa do 11 de setembro, não só porque ela foi o estopim dessa campanha lunática e meretrícia da ''guerra ao terrorismo'', que nos levou ao desastre no Iraque e Afeganistão e à maioria do Oriente Médio. Uma vez, Bush despachou alegremente seu assessor Karl Rove com a frase: ''nós somos um império agora — nós criamos nossa própria realidade''. Verdade? Então conte para a gente. Isso iria evitar que pessoas saíssem chutando as cadeiras por aí.

Foto: http://www.bairrovilaolimpia.com.br/0MuralCultural/WorldTradeCenter/WorldTradeCenterMemoria01.htm

domingo, 9 de setembro de 2007

SOS TVE

Pessoal:
Quem tem algum interesse em mídia, telecomunicações ou em canais públicos deve comparecer neste evento. Será numa sexta-feira, e a julgar por quem está coordenando (Cláudia Cardoso, do Dialógico, em uma iniciativa do Comitê RS do FNDC), será um belíssimo evento.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Festa da FABICO!!!

Quem gosta de festa boa não pode perder a já tradicional festa dos bixos da FABICO. Agende-se para dia 28 desse mês! A barbada será "3 Polar a R$5". Vai perder essa? Claro que não, né? Curte a arte do cartaz:

Se quiser reservar teu convite, manda um e-mail pra bauhauscd@bol.com.br e deixa um telefone que combinamos, ou passa lá na FABICO