quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ele crê que somos "Homer Simpson"s. Será que tá certo?

Por sugestão da Professora Maria Helena Weber localizei esse texto no Observatório da Imprensa. Reproduzo aqui, mas basta clicar no título pra acessar no site original (vale a pena acessar, pelos comentários). Boa leitura:
REDE GLOBO Bonner: cursos não formam jornalistas
Por Zélia Leal Adghirni em 12/10/2009
Inteligente, bem humorado, sedutor. Difícil não se deixar envolver pelo discurso fascinante de William Bonner, um verdadeiroshowman do jornalismo global em palestra para um auditório lotado de estudantes de Jornalismo na Universidade de Brasília na última segunda feira [5/10]. Bonner estava lá para lançar seu livroJornal Nacional – Modo de Fazer, dentro das atividades do acordo Globo/Universidade com a UnB. Os alunos que não puderam entrar por absoluta falta de espaço e assistiram à palestra no lado de fora, onde foi instalado um telão. Mas podiam interagir, enviando perguntas. Tudo ia muito bem, como uma boa aula de Jornalismo, até que veio a esperada pergunta sobre o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalista, pelo STF. Para Bonner, o fato de não precisar mais de diploma não muda nada no mercado profissional. Apenas dá às empresas a liberdade de contratar legalmente colaboradores de outras áreas que já atuavam no jornalismo. O que já existia de fato, disse ele. O que também já sabíamos, pois a Globo deixou claro, há muito tempo, que dá as costas para o diploma. William Bonner, por exemplo, não tem. Ele é formado em Publicidade pela USP. Mas garantiu que o fim do diploma não significa que as Organizações Globo vão agora contratar engenheiros para fazer jornalismo. A preferência será reservada aos egressos do curso do Jornalismo. Eis o paradoxo. Se as escolas são ruins, se os alunos são mal formados, por que contratar jornalistas? Até aqui, nenhuma novidade. O que surpreendeu o auditório foi o complemento da resposta. Para o apresentador doJornal Nacional, as escolas de Jornalismo não servem para formar jornalistas. Deveriam se preocupar mais com o ensino de Português e História. Para o resto, a universidade serve apenas como experiência de vida. "Jornalismo se aprende no mercado", disse ele sem medo de errar. Os cursos de Jornalismo não servem nem para ensinar ética profissional e técnicas de redação. Doação dos direitos autorais Segundo Bonner, ética se aprende na vida, é uma questão de educação. E para aprender técnicas jornalísticas, um semestre é suficiente. O rapaz da mecha branca no cabelo garantiu à platéia deslumbrada: "Em seis meses, eu pego um estudante e faço dele um editor na Globo." Confessou já ter afirmado, tempos atrás, que transformaria qualquer motorista de táxi em jornalista, mas mudou de opinião "porque agora valorizo o papel da universidade". Bonner defendeu veementemente o ensino de História e de Português, que "deveriam ser disciplinas obrigatórias e diárias" nos cursos de Jornalismo. Admite que, pessoalmente, tem muita dificuldade com a língua materna. Contou que um dia desses teve que pedir ajuda a um amigo americano para escrever a palavra "obsceno", referindo-se à forma de um biscoito. "Incrível, o americano, com seu forte sotaque, conseguiu esclarecer a questão explicando que era comsc." O mais surpreendente na fala do simpático William Bonner foi a declaração que os cursos de Jornalismo das universidades públicas estão mais preocupados com a formação de uma ideologia de esquerda do que em formar jornalistas. Seriam cursos "de doutrinamento esquerdista". E quando se é jovem, quando se tem 20 anos, é difícil divergir dos professores, disse ele. Não ficou claro se Bonner se referia à USP da época em que estudou, à USP atual, ou a todos os cursos de Jornalismo das universidades públicas brasileiras. Mas alguma coisa de bom deve ter ficado na formação do jornalista, pois ele abriu a palestra dizendo que doava os direitos autorais de seu livro à USP. Que devia isso à Universidade onde estudou sem pagar nada quando, na época, seu pai poderia ter optado por uma instituição privada. Mais respeito à universidade Imaginem o impacto e a amplitude destas declarações diante dos alunos que ouvem de nós, professores, exatamente o contrário. Que é preciso estudar política, economia, literatura, ler muito e desenvolver o espírito crítico. As idéias de Bonner, para quem não gosta de estudar, são uma carta branca para a irresponsabilidade. Para quem gosta, para quem escolheu o curso de Jornalismo "por vocação (no sentido weberiano)", que acredita que o jornalista está a serviço da sociedade e não desta ou daquela empresa, fica difícil aceitar uma visão tão redutora apresentada por um dos maiores formadores de opinião do país. A Universidade é acima de tudo um lugar de reflexão e produção de conhecimento. Dezenas de teses e dissertações são realizadas nas universidades todos os anos, sobre as mídias e, sobretudo, sobre a Globo, a única que realmente faz um "jornal nacional" no país. Acho louvável a iniciativa da Globo em procurar as escolas para dialogar. Pessoalmente, já acompanhei um grupo de alunos à sucursal da Globo em São Paulo e foi uma experiência rica, inesquecível, ver como é preparado e apresentado oJornal Hoje. Fomos muito bem recebidos. Falo aqui em meu nome. Minha opinião não envolve meus colegas ou a direção da faculdade. Tenho diploma de jornalista, 20 anos de mercado e 16 de magistério com doutoramento no exterior. Levamos quatro anos para formar um jornalista. Por isso, espero mais respeito à universidade onde ensinamos e pesquisamos com recursos públicos. É lamentável pensar que tudo isso não serve para nada.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Os cadernos da RBS

Deu no Cloaca News, e copio integralmente aqui, no Pensamento Diverso. Bela aula de jornalismo (Cloaca) e anti-jornalismo (da RBS). Clica no título pra abrir no blog original.

OS ESCRITOS SECRETOS ACHADOS NO LIXO DE ZERO HORA

No dia em que o tablóide gaúcho Zero Hora chegava às bancas com uma espetacular matéria acerca de um "novo caderno dos sem-terra", com anotações secretas que revelariam as "estratégias" do MST, a Unidade Roto Rooter de Reportagem deste Cloaca News passava pela rua lateral à sede daquele diário - curiosamente, Rua Zero Hora - quando teve sua atenção chamada por um enorme latão, cheio de embalagens gordurosas de pizza e papéis picados. Estacionamos nosso Cloacomóvel diante do recipiente e, burlando o aparato de segurança daquela organização, recolhemos a esmo o que foi possível. De volta à nossa redação, pudemos, enfim, avaliar todo o papelório. Entre o material recolhido estava um caderno escolar, de capa alaranjada, com 26 páginas escritas à mão, contendo anotações do que parece ser o resultado de uma reunião de pauta daquela gazeta, ocorrida dias antes. Sob o título "Linhas Gerais", podemos presumir que tratam-se de diretrizes editoriais que valem "p/ ZH, DSM e Pioneiro", ou seja, Zero Hora, Diário de Santa Maria e O Pioneiro, de Caxias do Sul, os três principais veículos impressos do Grupo RBS no Rio Grande do Sul. Alguns nomes estão grafados por iniciais, como YRC, por exemplo. Coincidentemente, as três letrinhas formam as iniciais da tucana Yeda Rorato Crusius. Há também referência a um certo "P.S.", em que se cobra dele uma "carta bimestral". Verificando o histórico epistolar do colunista Paulo Santana, que vira e mexe troca correspondência com YRC, imaginamos ser este o personagem da anotação. Clique para ampliar.
Nesta outra imagem (abaixo), sugere-se que "LM" repercuta "RO" e "vice-versa". O tópico trata de uma eventual "sinergia" entre os vários veículos do grupo. "LM" seria Lasier Martins, da Rádio Gaúcha e do Jornal do Almoço, na RBS TV. "RO", ao que tudo indica, é a colunista joão-ninguém de ZH, Rosane de Oliveira. Outra sigla é "TG", supostamente, o Ministro da Justiça e pré-candidato ao governo estadual Tarso Genro. Pelas instruções editoriais, deve ser atribuída a ele toda a responsabilidade por qualquer "vazamento". Não nos parece, nesse caso, que estejam tratando de problemas hidráulicos.
. . Bastante elucidativa, igualmente, a página dedicada à cobertura do MST. Amplie. . Tanto quanto o caderno "jogado em uma lata de lixo no estacionamento do Incra", apresentado por Zero Hora, que "permite que a sociedade conheça o que o movimento [MST] pensa sobre assuntos estratégicos", este odorante achado do Cloaca News permite que a sociedade conheça o tipo de jornalismo praticado pela corporação hegemônica, sob o báculo da famiglia Sirotsky, com a cumplicidade de sua devotada matilha.

Liberdade, Liberdade!!

"Mesmo que calem a minha boca, mesmo que atem os meus braços, mesmo que vendem os meus olhos, meu coração gritará por liberdade!" - Inscrição no monumento ao genocídio armênio, Estação Armênia do Metrô - SP

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ferramentas de busca alternativas

O Google não reina absoluto, no Olhar Digital:

Sobre Honduras, e a inevitabilidade de mudanças

Artigo traduzido do espanhol, disponível em Via Política, acessado em 06/outubro/2009 (clique no título pra visitar no local de origem):
Honduras: A Constituição ilegítima
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Por Jorge Majfud
Tradução do espanhol para o português de Vera Vassouras Uma constituição que estabeleça sua própria imutabilidade está confundindo sua origem humana e precária com uma origem divina. A disputa dialética sobre a legalidade do violento processo de destituição e expulsão do presidente de Honduras não está fechada. Há meses expusemos nosso ponto de vista, segundo o qual não houve violação à constituição por parte do presidente Zelaya no momento de convocar uma consulta não vinculante sobre uma assembléia constituinte. Porém, no fundo esta discussão é vã e encobre outro problema em sua raiz: a resistência de uma classe e de uma mentalidade que modelou os estamentos de sua própria República bananeira, e busca desesperadamente identificar qualquer mudança com o caos, ao mesmo tempo em que impõe a repressão de seu povo e dos meios de comunicação que lhe são adversos. O principal argumento dos golpistas em Honduras radica em que a constituição de 1982 não permite mudanças em seu texto (artigos 239 e 374) e estabelece a remoção de seus cargos daqueles que as promovam. A Lei de Participação cidadã de 2006, que promove as consultas populares, nunca foi acusada de inconstitucional. Pelo contrário, a participação popular é uma prescrição da mesma constituição (artigo 45). Tudo o que revela o espírito escolástico de seus redatores, matizado com uma linguagem humanística. Nenhuma norma, nenhuma lei pode estar acima da constituição de um país. Entretanto, nenhuma constituição moderna foi ditada por Deus, mas sim por seres humanos em benefício próprio. Ou seja, nenhuma constituição pode estar acima de um direito natural como é a liberdade de um povo para mudar. Uma constituição que estabeleça sua própria imutabilidade está confundindo sua origem humana e precária com uma origem divina, ou está pretendendo estabelecer a ditadura de uma geração sobre todas gerações por vir. Se este princípio de inamobilidade tivesse algum sentido, deveríamos supor que antes que a constituição de Honduras seja modificada, Honduras deveria desaparecer como país. Do contrário, dentro de mil anos esse país deverá reger-se pela mesma letra. Já os ortodoxos religiosos quiseram evitar mudanças no Alcorão e na Bíblia contando o número de palavras. Quando as sociedades e seus valores mudam e não se pode mudar um texto sagrado, salva-se o texto interpretando a favor dos novos valores. Isto fica demonstrado pela proliferação de seitas, ismos e novas religiões que surgem de um mesmo texto. Porém, em um texto sagrado, a proibição de mudanças, ainda que sendo impossível, está melhor justificada, já que nenhum homem pode emendar a letra de Deus. Essas pretensões de eternidade e perfeição não foram raras nas constituições latino-americanas que, no século XIX, pretenderam inventar repúblicas, em lugar de que os povos inventassem suas próprias repúblicas e as constituições à sua medida e segundo o pulso da história. Se nos Estados Unidos ainda está vigente a constituição de 1787, isso se deve a sua grande flexibilidade e a suas muitas emendas. Não fosse assim, hoje este país teria três quartas partes de um homem na presidência, um quase-humano. “Esse negrinho ignorante”, como o chamou o ex-chanceler de fato Enrique Ortez Colindres. Se isso fosse pouco, o artigo V da famosa constituição dos Estados Unidos proibia qualquer mudança de status constitucional referente aos escravos. O resultado de uma constituição como a de Honduras não é outro que sua própria morte, prévio derramamento de sangue, mais cedo ou mais tarde. Aqueles que alegam defendê-la, fazem-no com a força das armas e com a estreita lógica de um conjunto de normas que violam um dos direitos naturais mais básicos e irrenunciáveis. Há séculos, os filósofos que imaginaram e articularam as utopias que hoje se chamam Democracia, Estado e Direitos Humanos disseram-no de forma explícita: nenhuma lei está acima desses direitos naturais. E, se assim se pretendeu, a desobediência está justificada. A violência não procede da desobediência, senão de quem viola um direito fundamental. Para tudo o mais, está a política. A negociação é a concessão que fazem os fracos. Uma concessão conveniente, inevitável, porém, a longo prazo, sempre insuficiente. Uma democracia madura implica uma cultura e um sistema institucional que preveja as rupturas das regras do jogo. Mas ao mesmo, e por isto mesmo, uma democracia se define por permitir e facilitar as inevitáveis mudanças que vem com uma nova geração, com a maior consciência histórica de uma sociedade. Uma constituição que o impeça é ilegítima diante do inalienável direito à liberdade (de mudar) e à igualdade (de decidi-lo). É papel, é um contrato fraudulento que uma geração impõe a outra em nome de um povo já inexistente. 4/10/2009 Fonte: ViaPolítica/Tlaxcala/O autor Artigo original divulgado em 30 de setembro de 2009 Mais sobre Jorge Majfud Visite o site do autor em http://majfud.50megs.com/ Jorge Majfud é um autor associado à Tlaxcala, a rede de tradutores pela diversidade lingüística. Esta tradução pode ser reproduzida livremente na condição de que sua integridade seja respeitada, bem como a menção ao autor, à tradutora e à fonte. URL deste artigo em Tlaxcala: http://www.tlaxcala.es/pp.asp?reference=8849&lg=po

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O jornalismo e a blogosfera

Artigo publicado no Observatório da Imprensa, sobre a relevância atual da blogosfera. Clique no título abaixo para visitar o original.

Os blogs são peça essencial no jornalismo contemporâneo apesar de críticas e questionamentos

Postado por Carlos Castilho em 01/10/2009 às 12:19:19 PM

A maioria dos jornalistas ainda resiste à idéia de que os blogs tendem a ser um componente obrigatório na atividade informativa. As restrições vão desde a questão da credibilidade até à caracterização dos blogs como veículos de opiniões pessoais e como ambiente para fofocas de bairro.

Embora essas restrições e questionamentos tenham algum tipo de fundamento, elas dificultam a percepção de uma realidade mais ampla, em que fica cada vez mais claro que sem os blogs a imprensa, como a entendemos hoje, deixa de ser viável para se transformar apenas numa newsletter para segmentos restritos do público consumidor de informações.

A inviabilidade da sobrevivência do modelo atual de produção de notícias vem do fato de que os jornais, rádios, emissoras de televisão e até as páginas noticiosas na Web não têm mais condições de cobrir, apenas com o seu staff, toda a ampla agenda de interesses do público.

É uma situação quase matemática. A agenda de interesses cresceu exponencialmente por conta da avalancha informativa gerada pela internet, ao mesmo tempo em que as receitas das empresas jornalísticas caíram vertiginosamente por conta da migração publicitária para a Web e da mudança de hábitos dos consumidores de notícias. A conta não bate.

A única alternativa que parece viável no momento é ver os blogs não como um obstáculo, mas como um componente do processo de produção de notícias jornalísticas. Mas para isto é preciso levar em conta algumas especificidades deste tipo de ferramenta de comunicação:

1) Os blogs têm duas características centrais: a temática local e a publicação de opiniões pessoais.

2) A preocupação com o local vem da própria natureza do blog, produzido em quase 90% dos casos por indivíduos cuja principal característica é conhecer bem uma área geográfica ou um determinado campo de conhecimento, hobby ou profissão. Em teoria, todas as duas áreas são de grande interesse jornalístico pelo potencial de produzir notícias.

3) O caráter opinativo dos blogs é uma decorrência da qualificação intelectual dos seus autores, em geral indivíduos que dominam muito bem determinadas áreas do conhecimento mas não podem ter a função testemunhal de um jornalista profissional ou de um blogueiro quando estes se encontram no local onde ocorrem os fatos. Aqui, também, em teoria, o blog opinativo pode ter uma função chave na contextualização de noticias jornalísticas.

Procurando ver a floresta e não apenas as árvores, é possível constatar que um blog local pode virar peça da informação global com a mesma importância, ou até maior, do que os correspondentes estrangeiros ou enviados especiais. Um blogueiro de Tegucigalpa faz jornalismo local ao publicar informações sobre a crise hondurenha, mas ganha status global quando suas informações servem de base para o material jornalístico Capa da Times sobre blogs em 2006da imprensa internacional.

Menosprezar os blogs alegando que eles só repercutem o que é publicado na imprensa convencional é ver apenas uma parte do problema, ignorar de onde vem a notícia nos dias de hoje e tentar preservar um certo ar elitista do jornalismo.

Visto nesta perspectiva, é absurdo descaracterizar o blog pelo fato de ser local e produzido por uma pessoa. O que a imprensa deveria fazer é cultivar de forma cada vez mais intensa e sistemática o que especialistas como o australiano Axel Bruns[1] chamam de gatewatching, em oposição ao gatekeeping.

Em vez de priorizar a seleção de notícias que serão passadas ao público (gatekeeping ou porteiro de noticias, uma função em extinção), os profissionais deveriam preocupar-se mais em procurar saber o que está sendo publicado nos blogs (gatewatching) para identificar fatos e tendências novas que serão usadas para informar leitores, ouvintes e telespectadores.

A outra grande questão é a da credibilidade dos blogs, um tema bem mais complexo porque mexe com valores vigentes há séculos e que se baseiam no principio de que determinadas pessoas ou instituições têm o poder de certificar o que é verdadeiro ou falso.

No contexto da avalancha informativa, os instrumentos tradicionais como checagem de notícias, imparcialidade, isenção e objetividade passam a ter cada vez mais um caráter relativo já que dificilmente uma redação terá condições de chegar à essência dos fatos dada a complexidade das notícias e o ritmo frenético de publicação das mesmas. A imprensa não pode mais garantir sozinha toda a verdade porque isto é materialmente impossível. O mesmo mecanismo se aplica aos blogs.

Assim, tanto os jornalistas como os consumidores de informação e os próprios blogueiros não têm outra alternativa senão apoiar-se na chamada leitura crítica, que não tem nada de pejorativo e nem está baseada na desconfiança. A leitura crítica, sobre a qual poderemos conversar mais noutro post, está fundamentada na dúvida gerada pela constatação acaciana de que ninguém é dono da verdade.

Se ninguém pode saber tudo, todos nós temos algo que desconhecemos, algo sobre o qual temos dúvidas. Ter dúvidas na atividade jornalística é adotar a leitura crítica como ferramenta para aumentar a credibilidade na informação.


[1] Bruns é o autor do livro Gatewatching, Collaborative Online News Production. Ele é professor de jornalismo e doutor em comunicação.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Convite ATO SHOW FORA YEDA

No domingo (04/10), a partir das 15 horas, o Comitê Estadual Fora Yeda, composto por um conjunto de organizações da sociedade civil gaúcha, convida para Ato Show pelo Fora Yeda, em frente ao shopping Praia de Belas.
Entre as principais atrações estão confirmadas as presenças de Nei Lisboa, Leonardo, Sombrero Luminoso, Família Sarará, Nelson Coelho de Castro, Pedro Munhoz, Nancy Araújo, Eduardo Solari, Lolipop, Mariposa e Bandinha de Dá Dó. Os artistas participam em apoio a causa.
Os principais jornais da capital negaram-se a publicar nota paga convidando a população para o ato. Portanto, contamos com a sua solidariedade para divulgar o evento.