sábado, 28 de abril de 2007

Concessão da RCTV

Lá no SIVUCA tá rolando uma discussão bem interessante, sobre a concessão da RCTV, da Venezuela. Deixei lá minha opinião (nesse momento é a última publicada), e transcrevo aqui pros leitores do PENSAMENTO DIVERSO (com pequenas correções). Vale a pena passar lá e conferir as outras respostas. Aliás, sempre vale a pena passar lá. O SIVUCA, pra qem não sabe, é o Sistema de Muvuca na internet, sistema onde o pensamento único da mídia não exerce sua hegemonia, e os participantes são todos que querem ver uma mídia independente e libertária, que forme e informe cidadãos conscientes. O SIVUCA não tem a pretensão de dizer a verdade, mas quer dar a chance ao contraditório. Segue a referida transcrição:

A RCTV deve ou não perder a concessão?

Desde que Hugo Chávez foi eleito presidente da Venezuela, em 1998, com 56% dos votos, enfrentou a oposição da mídia local. Em 2000, Chávez foi reeleito depois de promulgada a nova Constituição, com 59% dos votos. Precedendo o golpe de abril de 2002, as cincos principais emissoras do país - dentre elas a RCTV - fizeram campanha para mobilizar a população contra Chávez. Depois do referendo de 2004 - em que 59% dos eleitores mantiveram Chávez no poder - algumas emissoras mudaram sua linha editorial. Jornalistas e entidades que defendem a liberdade de imprensa e alguns observadores internacionais criticam Chávez por atacar pessoalmente jornalistas que criticam o governo. Dizem também que, se fosse para cassar as emissoras ditas "golpistas", deveria tirar todas do ar. A decisão foi anunciada em 2006, quando Chávez saiu fortalecido da reeleição com 62% dos votos. A RCTV é a emissora mais antiga da Venezuela, emprega 3 mil pessoas e, de acordo com o governo, não terá sua concessão renovada - o vencimento será no dia 27 de maio. Qual é a sua opinião?

:: Comentários
Leandro Rodrigues blogsimpa.zip.net / pensamentodiverso.blogspot.com
28/04/2007 - 02h 52m Acho até que sim! Pode parecer - aos olhos dos que respiram o ar que o sistema lhes libera - que é restrição de liberdade. Mas o que é quando lhe manipulam, quando quem - tão vítima quanto suas vítimas, e tão algoz quanto seus algozes - deveria dar informação para a população discernir sobre fatos, nega-nos esse direito e, acima de seu dever de bem informar resolve criar realidades? Estamos tão imersos nas engrenagens capitalistas que não percebemos estarmos já - o globo inteiro - refém de um grande e ilimitado poder, vulgarmente chamado "capital". O capital é uma entidade abstrata em cujo nome cometem-se ferozes atrocidades, que para seus operadores e analistas traduzem-se em cifras e balancetes. Este enorme poder tem boca, vulgarmente chamada "mídia corporativa". É essa boca que doutrina as multidões pelo mundo, que inicia um processo lento de digestão dessas massas (com o perdão pelo trocadilho). Qualquer iniciativa no sentido de suavizar esse poder, de iniciar um gradual incremento de auto-estima nos seres humanos é não só benvinda, mas precisamente necessária. Essa boca ufana-se há muito de ser o único poder verdadeiro. O poder público não tem legitimidade de ser exercido, ou melhor, "exerça-se onde me for conveniente" - transmitiria a imprensa, representante desse "capital"; mas ela própria concede-se a prerrogativa de declarar inocência, de julgar-se e, mais que isso, passar de réu à vítima ao custo de algumas páginas, editoriais e reportagens especiais. É hora de despertar, de impor alguns limites a esse gigante, a fim de garantir a sobrevivência de ambos. E Chávez cumpre seu papel nesse contexto afirmando que sim, tem legitimidade pra mostrar pro seu povo que podem viver sem a RCTV, que ninguém é propriedade alheia, e que todos os cidadãos tem potenciais que merecem ser desenvolvidos, em vez de serem tratados como autômatos alienados que seguem inadvertidamente seus controles remotos. Assim espero...

Afinal quem é "A Corporação"?

O original encontra-se no

Youtube (http://www.youtube.com/watch?v=FhLIp5qDvJk).

Para visualizar melhor (sem "travar"), recomendo que clique em tocar, e em seguida em pausa. Aguarde alguns instantes, visite outros blogs inteligentes (tem alguns links aqui, à direita da tela) e depois volte e clique novamente em tocar.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Arrasa-quarteirão!

Notícia publicada no RS URGENTE dia 24 de abril, acessada hoje:
24/04/2007 A REFORMA DE YEDA: ÁREA AMBIENTAL É DEPREDADA

Sob protestos de servidores públicos, que lotaram as galerias da Assembléia Legislativa, foi aprovado hoje, por 40 votos a 13, o projeto da reforma administrativa do governo Yeda Crusius. O projeto cria três novas pastas – Relações Institucionais, Irrigação e Comunicação Social - e suprime atribuições de diversas secretarias. Além disso, institui funções honoríficas no gabinete da governadora (que beneficiarão o marido de Yeda, Carlos Crusius) e possibilita a criação de cargos de confiança e funções gratificadas turbinadas. A bancada do PT votou contra o projeto, alegando que a proposta não enfrenta a crise financeira do Estado, precariza os serviços públicos e cria um ambiente favorável para novas privatizações. Segundo o líder da bancada do PT, Raul Pont, a reforma não resolve nenhum dos problemas do Estado e cria muitos outros. Pont, citou o exemplo da área social. Duas pastas foram extintas: o gabinete de Reforma Agrária e a Secretaria do Trabalho.

O projeto estabelece mudanças drásticas na área ambiental. Ele transfere o gerenciamento das bacias hidrográficas da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) para a Secretaria Extraordinária de Irrigação. “Equivale a colocar a raposa para cuidar do galinheiro; afinal, a irrigação é apenas um dos vários usos da água”, criticou a deputada Stela Farias (PT), presidente da Comissão de Serviços Públicos. A política florestal também deixou de ser uma atribuição da Sema, passando para o controle da Secretaria da Agricultura. Além disso, retirou da Agricultura o controle do armazenamento de grãos, o que, segundo o deputado Elvino Bohn Gass (PT), abre as portas para a privatização da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (CESA). Das 42 emendas ao projeto do Executivo, apenas 15 foram apreciadas. As demais não foram sequer debatidas, gerando protestos da oposição e dos servidores públicos. Na avaliação do chefe da Casa Civil, Luis Fernando Zachia, a reforma trará “maior agilidade” para a gestão. Bem, na área ambiental, o significado dessa maior agilidade já está claro...

Escrito por Marco Weissheimer às 20h16
Notas: Comentário que deixei lá: "Quanto tempo ainda vai levar até que a sociedade peça o impedimento desse Collor de saias? Secretaria de Agricultura sem controle do armazenamento de grãos, mas com controle florestal? Secretaria do Ambiente sem controle dos recursos hídricos e controle florestal? Vai servir pra que, então? A política do casal Crusius há muito ultrapassou a barreira da irresponsabilidade, e seu legado será um estado arruinado, seco e degradado, isento de cultura e provavelmente com ALTÍSSIMA taxa de evasão escolar, o que repercute muito no futuro. Yeda não acaba somente com o presente do estado; destrói qualquer perspectiva razoável de futuro para nossos descendentes. Profundamente lastimável..."
Pode parecer pessimismo, mas não vislumbro um futuro glorioso para o RS nesse "Novo Jeito de Governar". A minha dúvida nesses casos nem está mais em se "é incompetência ou má fé", e sim se iremos suportar íntegros esse duro período que temos pela frente...

Senta, que lá vem história...

Deu no "Indo na Couve", publicado em 20/11/2007:

Debate na TV deixa claro novo jeito de privatizar




O tema do programa Conversas Cruzadas de ontem (19/04), era Banrisul, devido à intenção do desgoverno Yeda de "capitalizar" o banco dos gaúchos.

O governo fugiu do debate e não mandou representante. Entretanto, as idéias do governo estavam representadas. Dois economistas, que defenderam abertamente a privatização do banco. Mesmo dizendo que não se trata disso, deixaram claro que "não seria ruim privatizar".

Os neoliberais passaram tempos adotando outro discurso, sem coragem de defender abertamente suas idéias. Muito natural, dentro da lógica pragmática desses políticos, após os oito anos de FHC, o péssimo governo Britto, a bancarrota da Argentina, etc. Na campanha de 2006 se viu isso claramente: Yeda parecia defensora do Banrisul público desde criancinha; Alckimin chegou a vestir camisetas e bonés da Petrobrás e da Caixa.

Agora, com o novo jeito privatizar do desgoverno Yeda, o debate vem à tona novamente. E, especificamente no programa de ontem, se viu a concepção neoliberal voltando a aparecer de forma clara. Os escudeiros do governo chegaram a dizer que a privatização do banco colaboraria para a diminuição do "spread" bancário, beneficiando a sociedade (!). Sabe-se que essa era a argumentação quando se abriu o sistema financeiro nacional para o capital externo, no governo FHC. E nada disso aconteceu.

Os bancos privados, como bem destacou o presidente do SindBancários, Juberlei Bacelos, presente ao debate, só se interessam pelo lucro. Não se interessam em cumprir função social, não financiam moradia popular, não investem em saneamento básico. Enfim, de forma alguma cumprem ou cumpririam papel de banco de fomento.

A sociedade gaúcha e brasileira precisa é de bancos públicos cumprindo seu papel de agentes de desenvolvimento, apoiando e implementando programas sociais e fomentando a atividade econômica com vistas a promover o crescimento, o emprego e a distribuição de renda.


Marcos Todt

terça-feira, 24 de abril de 2007

Privatização da chuva?

Foto:http://pedropaez.iespana.es/img/chuva.jpg(...) "E a Bolívia havia conseguido o milagre da desprivatização da água, com uma série de insurreições coletivas. Lá a privatização chegou a níveis surrealistas. Não se pode acreditar. Em Cochabanba havia sido privatizada a chuva. As águas da chuva não podiam ser armazenadas. Os camponeses não podiam recolher as águas da chuva sem pagar às empresas concessionárias. É a empresa preferida de Bush no Iraque, que depois foi recompensada no Iraque, a Bechtel. E depois, em La Paz, houve um processo parecido: a empresa Suez-Lyonnaise, que é francesa, não conseguia explicar porque a parte mais alta da cidade, que é a parte mais pobre, tinha que pagar a maior fatura, que era cinco ou seis vezes maior do que quando a água era nacional. Subitamente o preço da água dispara e chamaram os especialistas franceses junto com o governo boliviano para estudar o assunto, para saber qual a explicação para este fenômeno sobrenatural: o pessoal não paga. Resposta francesa: "os bolivianos não têm hábito de higiene". Logo os franceses, que descobriram a ducha faz quinze minutos. Não se pode acreditar nisso seriamente."
Eduardo Galeano, jornalista uruguaio e escritor, autor de "As veias abertas da América Latina", entre outros.
Extraído da página do MST (acessada em 25/04/2007), entidade demonizada pela mídia corporativa, especialmente RBS, que tem como prática comum criminalizar os legítimos movimentos sociais.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Abril vermelho

Do excelente blog Ponto de Vista, um outro ponto de vista. Boa leitura:

I - O abril é vermelho, sim.

(Jornal do Brasil de 19 de abril de 1996. No dia 17 de abril, em Eldorado dos Carajás, foram executados 19 sem-terra e outros 69 ficaram feridos)

Na edição de hoje (12.04.2007), de ZMentira temos as págs.38 e 39 dedicadas à cobertura das últimas ações do MST no Estado. E de quebra, um artigo de opinião-para-formar-opinião do “especialista” que não têm informações privilegiadas de qualquer movimento social. Especialista na descontrução de uma opinião pública. Na pág.39 temos uma minúscula nota sobre o “abril vermelho”.

Sobre a “crise na segurança pública” já marcamos nossa posição com uma afirmativa do camarada Bisol: “a corrupção na polícia impressiona”. Talvez seja o caso de acrescentar sobre o “bate-boca” entre Bacci e os delgados Alexandre Vieira e Carlos Ribas que o “cofrinho está abarrotado”. E que nada desta história ocorreu por uma obra do Divino Espírito Santo. É uma obviedade, mas que precisa ser lembrada. O jornalista Vitor Vieira foi da assessoria do vereador Sebastião Mello (do PMDB) que, por sua vez, é muito próximo de Fernando Záchia (também do PMDB), atual chefe da Casa Civil. O showrnalismo investigativo “abafa”. O que ocorreu não foi resultante de um trabalho jornalístico de investigação, mas foi um “vazamento”, proposital. A serviço de que outros interesses? A mídia corporativa atribuir a queda de Bacci ao estrelismo, é piada. O cara serviu aos interesses que reforçam a subjetividade “violência total”, principal peça publicitária do PRBS. Nenhum jornalista não filiado poderia ter trabalhado para o governos Pedro Simon, Alceu Collares e Antônio Britto. No mínimo o cara é alinhado. A tradição, pelo menos aqui em nosso Estado, é mudar todos os cargos de confiança com a troca de governo.

O abril é vermelho, o Secretário de Repressão é demitido e o PRBS (Partido Rede Brasil Sul de Comunicações) coloca em seus pontos de venda, nas esquinas de Porto Alegre, um cartaz chamando um Guia Especial. Já o jornal de direita “O Globo”, edição de 12.04.2007, em reportagem de uma página, com o título “Conversas comprometedoras”, brigando menos com a notícia coloca como “cartola” BANDA PODRE. Uma matéria envolvendo corrupção na polícia e em outros aparelhos do Estado carioca. Insistimos no fato de que não estamos afirmando que um showrnal seja melhor do que o outro. Ou de que ambos não tenham a mesma função - de produção de bens simbólicos - na hegemonização de uma subjetividade, reacionária.

Preparando nova seca no RS?

Essa notícia está disponível na Agência Chasque, e foi publicada hoje:
Cem dias de Yeda na Agricultura Reportagem: Luiz Renato Almeida | duração: 3'15" | tamanho: 572 Kb Ouvir clique aqui para ouvir

Porto Alegre - A prioridade da política agrícola do governo Yeda Crusius não está sob responsabilidade da Secretaria da Agricultura. Nos primeiros cem dias de administração, irrigação é a palavra de ordem do Governo do Estado.

A meta é construir 9 mil açudes e microaçudes por ano de governo e pelo menos três barragens em 2007. O projeto gera controvérsia: a origem dos recursos, os impactos ambientais e um possível projeto de privatização dos recursos hídricos preocupam ambientalistas e movimentos sociais.

Áurio Scherer, da coordenação estadual do Movimento dos Pequenos Agricultores, vê o tema com preocupação. "Nós enxergamos com muita cautela, com muita preocupação e de outro lado nós também suspeitamos que esta secretaria especial de irrigação, que foi criada pelo governo, Yeda seja um passo para começarem a discutir e trabalhar a privatização da água no Rio Grande do Sul, o que nós somos frontalmente contrários", diz.

No balanço dos cem dias do governo Yeda na agricultura, vale destacar a continuidade dos leilões de arroz realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), comemorado como uma conquista pelo secretário João Carlos Machado. O Ministério da Agricultura garantiu a realização de leilões em abril e maio e a liberação de R$ 180 milhões para a comercialização do produto.

A Secretaria da Agricultura também tem manifestado preocupação com a defesa sanitária no Estado. Machado solicitou de R$ 1,085 milhão ao ministério para implementar um Projeto Integrado de Fronteiras em Defesa Sanitária Animal do Rio Grande do Sul. O Estado também liberou a entrada de carne bovina com osso procedente de Santa Catarina, Acre, Rondônia e de dois municípios do Amazonas.

Na área da Agricultura, uma medida polêmica foi a exoneração de coordenadores regionais da Secretaria da Agricultura e de servidores da equipe de apoio das delegacias, como medida de contenção de despesas. O coordenador estadual da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf), Ari Petruzati, critica a medida.

“Com esta decisão, o agricultor que tiver uma demanda, um problema de semente troca-troca, de distribuição de vacina, de máquinas para perfurar poços, de máquinas para desenvolver ações em nível de região, convênios com prefeituras, isto tudo não existe. E não dá para imaginar que um agricultor que mora há 400 km de Porto Alegre ou até mais próximo, que possa chegar até uma esfera de governo, se não tem uma representante lá. Então, o Governo desaparece na área da agricultura”, afirma.

Cem dias depois de iniciar seu mandato, a governadora Yeda Crusius anunciou os nomes dos presidentes das Centrais de Abastecimentos do Rio Grande do Sul e da Companhia Estadual de Silos e Armazéns. Na Cesa, assumirá Carlos Cardinal. Já a Ceasa ficará com o ex-deputado estadual Elmar Schneider, suspeito de envolvimento na chamada Máfia das Consultas.

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Bacci. Atenção à esse nome...

Enio Bacci surgiu como o arauto da segurança, fazendo performances midiáticas e dizendo que não iria tolerar "bandidagem" por esses pagos, mas sua gestão à frente da secretaria de segurança teve um desfecho onde pairam muitas dúvidas. Foi e continua sendo muito badalado pela grande mídia, que muitas vezes tem se posicionado até mesmo contra o "governo dos seus olhos, Yeda". Isso me cheira muito à prévias de corrida eleitoral de 2008 para a capital, onde cria-se um fato, e o bandido posa de mocinho. Não esqueçamos que o PDT faz parte da grande coligação Fogaça/Eliseu (são ao todo 13 partidos), e muita atenção pra não embarcar no conto do vigário, digo, do delegado. Do RS URGENTE, publicado hoje:
À SOMBRA DE BACCI

Maneco escreve: "Em 2003, o delegado da Polícia Civil Luiz Carlos Correa Ribas foi preso pela Polícia Federal e, após fazer um acordo de "delação premiada", conduziu os policiais federais até o maleiro do aeroporto Salgado Filho, onde havia escondido um processo roubado do Fórum Federal de Porto Alegre. Pois foi justamente este delegado denunciado por roubo de processo, falsificação de documento, formação de quadrilha e extorsão de bingueiros, que se tornou o assessor especial do secretário Ênio Bacci ocupando um cargo de absoluta confiança no principal órgão de segurança do Estado. A ligação de Ribas com Bacci – e daí se começa a compreender a presença dele como conselheiro do secretário – vem de antes do governo Yeda. Ribas teria sido o principal arrecadador de doações financeiras para a campanha do então candidato a deputado federal Ênio Bacci (PDT). Ao se tornar secretário, Bacci chamou o tesoureiro de campanha para trabalhar a seu lado. A parceria durou até ontem, quando Ribas foi citado no site Vide Versus como suposto intermediário da negociação em que bingueiros teriam pago propina ao próprio secretário de Segurança para que ele transferisse delegados que estariam combatendo a jogatina em Porto Alegre e no Vale do Sinos. Até aí, pode ser tudo fofoca.

Mas, e se não for? Inocente ou culpado, Bacci deve ao menos duas explicações à sociedade gaúcha: 1) por que razão escolheu para ser seu braço direito justamente um delegado que está sendo denunciado por roubar um processo do Foro Federal? 2) se Bacci não recebeu dinheiro dos bingueiros para transferir delegados, então Ribas não intermediou o negócio; neste caso, por que foi exonerado? Envolvido até os cabelos no escândalo, Bacci tem alegado que está sendo vítima de uma armação da banda podre da polícia. José Paulo Bisol deve estar às gargalhadas. A diferença é que Bisol também denunciou a banda podre, mas ao invés de nomear Alexandre Vieira para ser o titular de uma das mais importantes delegacias do Estado – a 17ª DP, no centro de Porto Alegre, onde estão a maioria das máquinas de jogo – abriu processo contra o mesmo. Só para lembrar: Alexandre Vieira era um dos mais atuantes assessores informais do circo que ficou conhecido como CPI da Segurança cuja atração principal era o deputado Vieira da Cunha, do mesmo PDT de Ênio Bacci". (Maneco)

terça-feira, 10 de abril de 2007

Quem mandou a Ford embora do RS?

Meu colega de blog e amigo Jean Scharlau escreveu um belo artigo, em resposta a outro colega e amigo (Eugênio Neves) que acredito ser necessário que se divulgue, a bem da verdade. Com seu texto sempre bem humorado, Scharlau expõe um pouco das entranhas de questões que a grande mídia escondeu, a bem de seu próprio (a direita ideologizada) proveito. Clique AQUI para ler o texto em sua origem (blog do Jean Scharlau), ou se preferir, leia a seguir:

E então a Mídia de Montagem criou o Caso Ford

Já por duas vezes o Eugênio Neves propôs, a mim e a quem estiver aí para escutar, a seguinte questão. "A mídia local sempre foi hostil às idéias de esquerda e aos partidos do campo popular, particularmente o PT. Mas o primeiro grande confronto entre a Frente Popular no governo do estado e a mídia foi na questão da Ford. [...] Não houve obstáculo material ou ético (esse nem se fala), que eles não transpuseram para atacar e desinformar, sinteticamente no infame e simplório bordão "O Olívio mandou a Ford embora", a manipulação e a mentira mais deslavada eram o "cardápio" diário servido à população pela mídia. Qualquer jornal, rádio ou televisão, de qualquer empresa, sempre continha uma dose de "veneno", inoculado pacientemente na opinião pública, no âmbito de uma campanha que tinha o claro objetivo de desgastar a Frente Popular. Não havia hora ou lugar onde essa hostilidade não se fizesse sentir. Essa campanha, apesar de primária, foi tão bem sucedida que o PT até hoje sente seus efeitos e ainda não conseguiu produzir um antídoto para neutralizá-la." Para que ele não me proponha pela terceira vez a questão, tentarei respondê-la antes que o galo cante. No meu modo de pensar, a única resposta possível a essa falcatrua é a que se deve dar a todas as falcatruas - jogar a mais torrencial e límpida verdade sobre a sujeira toda. E a verdade, primeira e única neste caso, é: os que acusaram Olívio e o PT, com milhares de artigos xerox, centenas de papagaios de microfone e dezenas de reflexos de teleprompter, esses é que mandaram a Ford embora. Sim, Olívio estava lá e teve a oportunidade, mas não tinha o motivo e nem há provas de que tenha cometido o crime. Sua motivação era exatamente a contrária - sabia que era importantíssimo politicamente para si e para a Frente Popular que a Ford se instalasse, de forma que o "negócio " ficasse "bom para os dois lados" - no caso, para a Empresa e para o Estado - como fizera com a GM. Maigret então nos pergunta (retoricamente): - quem mais estava lá? Quem mais teve a oportunidade? E, mais importante: quem tinha motivo para querer matar a Ford no RS? E nos responde. Elementar meus caros Sherlockes - todos os meganhas, gorilas neo liberais do PSDB=PFL=PP=PPS=RBS. Estavam lá naquele momento histórico, construiram a possibilidade e engendraram o crime por dois principais motivos: 1 - seria uma profunda e ampla perda política para eles deixar o povo ver um governo socialista dar ao big business que arquitetaram, à menina dos seus olhos, muito melhor conclusão que eles - isso seria uma imensa vitória política da esquerda - a comprovação de que ela, além de tudo o mais, também é melhor negociante que a direita, coisa que depois o governo Lula viria a provar. 2 - Era indispensável criar um fato político negativo para o primeiro governo socialista pós Brizola no RS, preferencialmente assim, já no seu início - então tramaram o assassinato da Ford no RS e a culpa para Olívio e o PT. Colocando a tramóia em marcha Primeiro passo - impingir à vítima, diante da multidão, a culpa prévia: "O Olívio e o PT querem mandar a Ford embora!" - com acusações massivas e diárias. (Os "culpados prévios" foram pegos de surpresa, suponho, ou então subestimaram o inimigo, e então em vez de denunciarem os golpistas, em vez de acusá-los de que, eles sim, queriam criar o fato criminoso, apenas defendem-se, desmentem, negam, como se os outros tentassem somente criar uma impressão errada, uma acusação fantasiosa. E assim, quanto mais a fantasia crescia, mais os "prévios acusados" se defendiam e negavam e desmentiam... O objetivo dessa tática, agora parece óbvio, era preparar o terreno para que quando perpetrassem o "crime" (o que já tinham bem planejado) bastaria que dissessem: "- viram? Nós estávamos certos e denunciamos desde o princípio: era isso mesmo que o PT queria." E estariam livres da culpa, pois já tinham criado um "culpado" perante a multidão. ...E foi exatamente assim que fizeram. Uma técnica nazista, diga-se de passagem, muito bem assimilada pelo Judeu da Zona Sul. Pensando bem, já havia sido usada pelos fariseus há 2000 anos, contra o Homem que atrapalhara suas negociatas no Templo.) Segundo passo - acionar seus comparsas nos executivos federal, estadual e no Congresso (onde eram ampla maioria) para mudar e criar as leis necessárias. Terceiro passo - Oferecer à empresa muito mais grana e isenções fiscais para ir para outro estado - no caso a Bahia, do comparsa ACM. Quarto passo - Conclusão com punhal de ouro: os carrascos daqui posariam de profetas e eternas vítimas e os do governo federal e baiano de salvadores da Pátria, argumentando que teriam impedido a Ford de ir para outro país. Assim, Eugênio, a única resposta possível e correta a esses que seguem acusando o PT e Olívio de terem mandado a Ford embora é desmascará-los, pois há três possibilidades para eles: são os próprios criminosos, são cúmplices, ou são os trouxas que compraram, caríssimo, a versão em série, o Caso Ford da Mídia de Montagem. Em qualquer dos três casos é imperativo que se lhes aponte o dedo indicador e diga com direito a todas as letras: - FORAM VOCÊS QUE MANDARAM A FORD EMBORA.

Sobre o "caos" da burguesia...

Esse texto "catei" do Dialógico (da Cláudia e do Eugênio), e replico aqui, conforme pediu o autor, Eduardo Guimarães. Ao texto (é longo, mas esclarecedor):
Foto: http://www.terra.com.br/istoe/1935/fotos/brasil_caos_01.jpg

A verdade sobre o "caos aéreo"
(e as mãos sujas da grande mídia por trás de tudo*)

http://edu.guim.blog.uol.com.br/
A grande imprensa escrita e a de rádio e televisão tentaram transformar em grave problema estrutural do sistema aeroportuário e do sistema de monitoramento da aviação brasileira um simples movimento grevista de controladores de vôo, que, sem mais nem menos, fez surgir enormes problemas no tráfego aéreo brasileiro a partir de setembro do ano passado, logo após o desastre entre um boeing da Gol e um jatinho Legacy.
Depois do desastre aéreo supra mencionado, donos de meios de comunicação - tais como a família Frias, da Folha de São Paulo, ou a família Marinho, dona das Organizações Globo, bem como outras grandes corporações midiáticas familiares - viram no acidente causado pelo abuso de dois pilotos e de um jornalista norte-americanos, que testavam um jatinho da Embraer modelo Legacy, a oportunidade de criarem uma crise já no início do segundo mandato do presidente Lula.
O que aconteceu no acidente do ano passado foi o seguinte: os pilotos americanos desligaram, em pleno vôo, equipamentos de segurança do jatinho tais como o transponder, que serve para impedir colisão de aeronaves. Não se sabe exatamente qual a causa disso, mas a perícia na caixa-preta do jatinho revelou diálogos em que os pilotos afirmam claramente que desligaram os equipamentos de segurança.
Até o presente momento, depois de seis meses de investigação do acidente, não há um só indício consistente de que algum outro fator que não o desligamento de equipamentos do jatinho Legacy tenha causado a tragédia. Porém, a mídia começou a veicular acusações contra os controladores de tráfego aéreo de que teriam falhado no controle do espaço aéreo em que ocorreu o acidente. Contra a parede, os controladores passaram a dar declarações em"off" de que suas condições de trabalho eram inadequadas, apesar de que tais condições eram as mesmas de sempre sem que nunca tivesse ocorrido problema semelhante. Logo em seguida, os controladores foram procurados por políticos da oposição tucano-pefelista que os insuflaram a começarem um movimento grevista por melhores salários e menor carga de trabalho, o que sempre soa como música para qualquer categoria profissional.
A mídia começou a falar, por exemplo, dos salários dos controladores de vôo. Ganhariam muito mal exercendo uma função vital e o problema foi atribuído ao governo Lula. A mídia fez até comparações com os salários dos controladores de vôos de outros países para comprovar a tese de que o acidente aéreo envolvendo o boeing e o Legacy fora causado por uma inabilidade gerencial do governo federal que rotulou como "apagão aéreo", obviamente visando equiparar o movimento grevista dos controladores de vôo insuflados com o racionamento de energia elétrica imposto pelo governo FHC por falta de investimentos em geração de energia elétrica ao longo de seu mandato de oito anos.
Vejam bem, as condições de trabalho dos controladores de vôo e a estrutura do sistema aeroportuário e dos equipamentos de controle de tráfego aéreo eram as mesmas no tempo de todos os outros governos, mas a culpa pelos baixos salários e pela falta de equipamentos virou obra do atual governo. O mesmo a mídia não faz com os policiais de São Paulo, por exemplo, subordinados a governos do PSDB há mais de doze anos e que ganham entre os piores salários do país no Estado mais rico da federação, e que, a exemplo dos controladores de vôo, também exercem função vital para a sociedade.
Vitimizados pela mídia e insuflados por políticos da oposição tucano-pefelista com os quais passaram a manter reuniões freqüentes, os controladores de vôo começaram a ser induzidos por órgãos de imprensa e oposicionistas a manterem uma interminável "operação tartaruga", que, logo após o acidente aéreo do ano passado, passou a infernizar a vida das classes A e B, que são, majoritariamente, as classes sociais que mais poder de pressão têm. Também insuflados pelo noticiário, madames e doutores começaram a ter ataques histéricos, ditos manifestações de "civismo", em aeroportos, chegando ao ponto de partirem para a violência física e para a depredação.
A maioria das televisões privadas, sobretudo a Rede Globo, passou a manter equipes de cinegrafistas e repórteres a postos nos aeroportos para registrarem qualquer ocorrência. Na falta de atrasos maiores nos vôos, a mídia começou a enfiar outros problemas no tal do "apagão aéreo", depois transformado em "caos aéreo", porque o logotipo criado anteriormente havia se mostrado insuficiente para desgastar a imagem do governo Lula. Problemas climáticos ou até a invasão de uma pista de pousos e decolagens por um animal passaram a integrar o "caos aéreo". E então começaram, vindas "não se sabe" de onde, as sabotagens em equipamentos de aeroportos...
Poucos dias antes da paralisação geral dos controladores de vôo militares ocorrida na última semana de março, esses controladores reuniram-se com políticos do PFL. Poucos dias depois, implantaram um estado de pânico no país justamente num momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia embarcado para o exterior. Então, o caos se instalou, de fato, nos aeroportos de todo país, totalmente paralisados por falta de controladores de tráfego aéreo.
Diante de uma situação como aquela, com passageiros partindo para a agressão física de funcionários de companhias aéreas e para depredação de instalações delas nos aeroportos, enfim, pelo verdadeiro caos que se instalou no país com a paralisação quase que total de seu tráfego aéreo, o presidente da República, inteligentemente, acalmou os grevistas prometendo-lhes tudo que queriam a fim de evitar que um processo demorado de negociações se instalasse enquanto o país começava a se incendiar, sobretudo graças às chamadas intranqüilizadoras da mídia insuflando a população a protestar e os grevistas a manterem o estado de greve.

Surpreendida pela reação inesperada de um governo que pensou que seria paralisado pelo seu estratagema, a mídia partiu para a ignorância.
Depois dos controladores de vôo e dos passageiros, a mídia passou a insuflar os comandantes militares contra o governo. Transformou descontentamentos políticos antigos da caserna em incentivo a uma "crise militar", agora também repercutindo que o governo tinha ensejado "quebra de hierarquia" dos sargentos controladores de vôo, numa clara tentativa de criar uma crise institucional no país. Declarações de militares de linha dura e de alta patente contra o governo "comunista" e "esquerdista" de Lula começaram a ser reproduzidas em escalada. Mas agora, com a greve da última semana de março, o governo percebera o que se escondia por trás dos problemas no tráfego aéreo.
Depois de lograr pôr fim, com rapidez recorde, ao movimento paredista, o presidente Lula voltou atrás na promessa de conceder aos controladores de vôo tudo o que quisessem. Uma promessa que logrou impedir que um país continental mergulhasse no caos por falta de aviação civil. O governo passou a bola para os comandantes militares, que conseguiram enquadrar os grevistas porque, após serem atendidos pelo presidente, passaram a ser atacados pela mesma mídia que os vinha afagando e repercutindo as reivindicações e lembrando, sem parar, suas "más condições de trabalho". Foi aí que eles finalmente entenderam que vinham sendo usados.
Na primeira quinta-feira de abril, os controladores de vôo, agora sabedores do ardil engendrado pela oposição e pela mídia e no qual haviam caído, divulgaram uma "nota à sociedade" na qual pediram perdão pelo desatino que cometeram, obviamente convencidos de que foram transformados em instrumentos de grupos políticos. Como por mágica, então, a normalidade voltou aos aeroportos.
A mídia, mais uma vez, ficou inconformada. Os controladores eram a base do "caos aéreo" que ela vinha construindo dia após dia, semana após semana, mês após mês. De repente, mídia e oposição perderam uma massa de manobra que vinha sendo levada para onde quisessem e que mantinha acesa a chama da crise no setor aéreo. Então, passou a dizer que não adiantará os controladores de vôo saírem do estado de greve e abandonarem a "operação tartaruga" que vinham fazendo, porque haveria "outros problemas" no tráfego aéreo brasileiro tais como "overbooking" (venda de passagens, pelas companhias aéreas, maior do que o número de assentos nos aviões) e falta - ou obsolescência - de equipamentos. A mídia só não explica por que antes de setembro do ano passado essas deficiências não causavam os problemas que surgiram depois do acidente com o boeing e o Legacy.
É óbvio que a mídia e a oposição conseguiram ao menos uma coisa: enxertando uma crise no setor aéreo, conseguiram impedir o avanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, que políticos do PSDB e do PFL (não aceito chamar o PFL de democrata) já dizem que, se der certo, será um golpe fatal em suas pretensões de vencerem a eleição presidencial de 2010.
Tudo o que relatei aqui está sendo censurado. Todos os meios de comunicação de maior alcance - e, portanto, sempre vinculados, de alguma forma, às famílias midiáticas - não permitem nenhuma difusão de idéias que lhes denuncie o papel de incendiários. Assim, a única forma que vejo de contar à sociedade a verdade sobre o "caos aéreo" é se cada um que ler este texto se incumbir de espalhar o que leu. Assim, se você concorda comigo, se sabe que falo a verdade, imprima este texto e distribua onde puder. No trabalho, nas ruas, em qualquer lugar em que lhe seja possível. Podemos derrotar a mídia. Só temos que tomar atitudes em vez de só ficarmos esperneando.
*Subtítulo do Eugênio Neves

segunda-feira, 9 de abril de 2007

"Lula não entendeu o recado das urnas"

Essa entrevista "peguei" lá do Diário Gauche, publicada e acessada hoje(09/04/2007). Boa leitura:
Entrevista com Stédile

"Lula não entendeu o recado das urnas"

Deu no Estadão, de hoje. Entrevista com João Pedro Stédile (foto), líder do MST, para quem a administração de Lula seria mais conservadora hoje do que foi nos últimos quatro anos, durante o primeiro mandato.

Projeto dos Sem Terra

"Está em curso no Brasil e em todas as regiões agrícolas do mundo uma disputa de projetos sobre a forma de produção agrícola. De um lado defendemos que a agricultura deve priorizar a produção de alimentos, a geração de emprego, a fixação das pessoas no meio rural e a prática de uma agricultura que proteja o meio ambiente, sem agrotóxicos. Também queremos que as agroindústrias sejam controladas por cooperativas, gerando mais renda para o agricultor".

Projeto do agronegócio

"Do outro lado está a proposta, que no Brasil se chamou de agronegócio, de uma grande aliança entre as empresas transnacionais que controlam os insumos, o mercado internacional, os preços dos produtos agrícolas, associadas aos grandes proprietários capitalistas. Eles querem produzir apenas mercadorias que dêem lucro e para o mercado externo. Usam mecanização e agrotóxico de forma intensiva e agridem o meio ambiente, além de causar desemprego".

Governo Lula

"Infelizmente o governo Lula não entendeu o recado das urnas do segundo turno e voltou a fazer alianças políticas e de classe que representam a adesão pragmática da direita com o governo. A direita só quer ganhar dinheiro e manter a exploração e para isso se alia e controla qualquer governo, mesmo que seja de um ex-líder operário.

Nas avaliações recentes dos movimentos sociais tem sido dito que é um governo mais conservador, de centro e pragmático, para atender aos interesses do capital financeiro e das transnacionais".

Reeleição

Nos mobilizamos pela reeleição de Lula porque seria um desastre uma vitória do Geraldo Alckmin (PSDB). E a resposta prática que tivemos é que tudo continuará igual.

Reforma Agrária

"É uma vergonha. Durante o primeiro mandato, o governo não fez nada do que havia prometido. Não aplicou seu próprio plano de reforma agrária. Não aplicou um centavo em agroindústrias cooperativadas. Não assentou verdadeiramente em áreas reformadas.

Os burocratas de plantão fantasiaram os números das metas com famílias realocadas em lotes vazios e em projetos de colonização na Amazônia - como a imprensa tem denunciado. Os estudiosos nos dizem que não houve desconcentração da propriedade da terra nesses últimos 12 anos".

Concentração de terras

"Nós precisamos urgentemente de um plano sério e prioritário de reforma agrária, que ataque a vergonhosa concentração da propriedade, que priorize regiões próximas dos centros consumidores, que combine distribuição de terra com educação, agroindústria, técnicas agrícolas e respeito ao meio ambiente".

sexta-feira, 6 de abril de 2007

Sem tempo...

Alguns dos leitores já perceberam que o blog anda meio parado, mas explico.
Estou envolvido na organização sindical dos municipários de Porto Alegre, e estamos em database, que é uma espécie de dissídio, ou seja, período para que façamos nossas reivindicações. Há muitas coisas a resolver, pois este governo tem sido negligente com os funcionários e com a população da cidade. Temos assistido à uma queda na qualidade dos serviços públicos (que só não é maior pela consciência dos funcionários), mas a paciência está acabando.
Apesar do visível achatamento salarial, representantes do governo afirmam que não só não houveram perdas nos vencimentos dos municipários como inclusive houve aumento real, o que é uma flagrante mentira. Se nossa situação começou a deteriorar-se com o governo João Verle, com José Fogaça começou a "feder". Esse governo, que iniciou seu mandato dizendo que iria valorizar o funcionário público, não reconhece as perdas que o ajudaram a eleger-se entre os municipários - há entre alguns funcionários a certeza (errônea) de que foi Verle quem acabou com a bimestralidade. Há mais de 16 anos não assistimos uma grande greve entre os funcionários públicos municipais (a última foi em maio de 1991), mas há grandes possibilidades de que isto acabe ocorrendo, pois setores mais prejudicados em função do famigerado decreto das horas extras e dos desmandos e desrespeitos dessa administração estão querendo cruzar os braços. Cabe ressaltar que, apesar de fornecer condições de organização e de prestar esclarecimentos aos municipários, esse movimento é espontâneo e não tem sido instigado pelo sindicato, que pretende negociar melhores condições e mais respeito da administração municipal. A greve é a ação derradeira, pois envolve riscos e custos políticos e financeiros.
Por outro lado também estou bastante atarefado em função de ser presidente do CPM da escola de meus filhos, pública estadual, e que também sofre com as ações de quem deveria lhe dar alívio. O governo estadual já vinha tratando a educação com bastante desinteresse na administração Germano Rigotto, com atrasos na verba de "autonomia" - verba que atende à todas as demandas da escola, exceto luz, água e salários -, mas com o atual governo tucano a situação vem piorando visivelmente, e uma nova greve dos professores é iminente. Falta pessoal nas salas de aula, e para resolver esse problema são deslocados profissionais de bibliotecas e outros setores, causando insegurança e transtornos aos educandos. Para complementar minha opinião, insiro a seguir um artigo publicado no Correio do Povo de 04/abril/2007, que reflete uma realidade que estamos vivendo nas escolas públicas estaduais:

" Documento da Capital levado à CRE/SEC expõe os problemas
Fechamento de bibliotecas e laboratórios, falta de professores e atraso dos recursos das escolas foram reclamações levadas, na manhã de ontem, por diretores de escolas estaduais de Porto Alegre à 1ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). O grupo apresentou os principais problemas enfrentados pelas 251 instituições públicas da Capital, em manifesto que resultou de encontro na semana passada, que reuniu em torno de 150 diretores.

Uma das principais preocupações refere-se ao remanejo de professores para atender a carência de docentes em aula, o que levou à desativação de setores e serviços de apoio pedagógico. 'Para algumas pessoas, Educação é só professor em sala de aula e quadro negro', criticou a diretora da Escola Prof. Júlio Grau, Marta Tolentino. A mobilização das direções das escolas será mantida até que ocorra a reestruturação dos setores prejudicados.

Os atrasos no pagamento da verba de autonomia financeira das escolas tem feito com que as direções não consigam executar manutenções ou comprar material. 'Com exceção dos salários dos professores e das contas de água e luz, essa verba serve para tudo', destacou Marta.

A coordenadora da 1ª CRE, Maria Rejane Ferreira da Silva, disse que a prioridade é professor em sala de aula. 'É compreensivo que o remanejo crie ansiedade, mas enquanto não tivermos novas convocações, precisaremos utilizar os recursos humanos já existentes.' Ela assinalou que após resolver o problema da falta de docentes, será trabalhado com os diretores um projeto de organização das áreas pedagógicas e das bibliotecas escolares."