I - O abril é vermelho, sim.
(Jornal do Brasil de 19 de abril de 1996. No dia 17 de abril, em Eldorado dos Carajás, foram executados 19 sem-terra e outros 69 ficaram feridos)
Na edição de hoje (12.04.2007), de ZMentira temos as págs.38 e 39 dedicadas à cobertura das últimas ações do MST no Estado. E de quebra, um artigo de opinião-para-formar-opinião do “especialista” que não têm informações privilegiadas de qualquer movimento social. Especialista na descontrução de uma opinião pública. Na pág.39 temos uma minúscula nota sobre o “abril vermelho”.
Sobre a “crise na segurança pública” já marcamos nossa posição com uma afirmativa do camarada Bisol: “a corrupção na polícia impressiona”. Talvez seja o caso de acrescentar sobre o “bate-boca” entre Bacci e os delgados Alexandre Vieira e Carlos Ribas que o “cofrinho está abarrotado”. E que nada desta história ocorreu por uma obra do Divino Espírito Santo. É uma obviedade, mas que precisa ser lembrada. O jornalista Vitor Vieira foi da assessoria do vereador Sebastião Mello (do PMDB) que, por sua vez, é muito próximo de Fernando Záchia (também do PMDB), atual chefe da Casa Civil. O showrnalismo investigativo “abafa”. O que ocorreu não foi resultante de um trabalho jornalístico de investigação, mas foi um “vazamento”, proposital. A serviço de que outros interesses? A mídia corporativa atribuir a queda de Bacci ao estrelismo, é piada. O cara serviu aos interesses que reforçam a subjetividade “violência total”, principal peça publicitária do PRBS. Nenhum jornalista não filiado poderia ter trabalhado para o governos Pedro Simon, Alceu Collares e Antônio Britto. No mínimo o cara é alinhado. A tradição, pelo menos aqui em nosso Estado, é mudar todos os cargos de confiança com a troca de governo.
O abril é vermelho, o Secretário de Repressão é demitido e o PRBS (Partido Rede Brasil Sul de Comunicações) coloca em seus pontos de venda, nas esquinas de Porto Alegre, um cartaz chamando um Guia Especial. Já o jornal de direita “O Globo”, edição de 12.04.2007, em reportagem de uma página, com o título “Conversas comprometedoras”, brigando menos com a notícia coloca como “cartola” BANDA PODRE. Uma matéria envolvendo corrupção na polícia e em outros aparelhos do Estado carioca. Insistimos no fato de que não estamos afirmando que um showrnal seja melhor do que o outro. Ou de que ambos não tenham a mesma função - de produção de bens simbólicos - na hegemonização de uma subjetividade, reacionária.
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