quinta-feira, 12 de abril de 2007

Preparando nova seca no RS?

Essa notícia está disponível na Agência Chasque, e foi publicada hoje:
Cem dias de Yeda na Agricultura Reportagem: Luiz Renato Almeida | duração: 3'15" | tamanho: 572 Kb Ouvir clique aqui para ouvir

Porto Alegre - A prioridade da política agrícola do governo Yeda Crusius não está sob responsabilidade da Secretaria da Agricultura. Nos primeiros cem dias de administração, irrigação é a palavra de ordem do Governo do Estado.

A meta é construir 9 mil açudes e microaçudes por ano de governo e pelo menos três barragens em 2007. O projeto gera controvérsia: a origem dos recursos, os impactos ambientais e um possível projeto de privatização dos recursos hídricos preocupam ambientalistas e movimentos sociais.

Áurio Scherer, da coordenação estadual do Movimento dos Pequenos Agricultores, vê o tema com preocupação. "Nós enxergamos com muita cautela, com muita preocupação e de outro lado nós também suspeitamos que esta secretaria especial de irrigação, que foi criada pelo governo, Yeda seja um passo para começarem a discutir e trabalhar a privatização da água no Rio Grande do Sul, o que nós somos frontalmente contrários", diz.

No balanço dos cem dias do governo Yeda na agricultura, vale destacar a continuidade dos leilões de arroz realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), comemorado como uma conquista pelo secretário João Carlos Machado. O Ministério da Agricultura garantiu a realização de leilões em abril e maio e a liberação de R$ 180 milhões para a comercialização do produto.

A Secretaria da Agricultura também tem manifestado preocupação com a defesa sanitária no Estado. Machado solicitou de R$ 1,085 milhão ao ministério para implementar um Projeto Integrado de Fronteiras em Defesa Sanitária Animal do Rio Grande do Sul. O Estado também liberou a entrada de carne bovina com osso procedente de Santa Catarina, Acre, Rondônia e de dois municípios do Amazonas.

Na área da Agricultura, uma medida polêmica foi a exoneração de coordenadores regionais da Secretaria da Agricultura e de servidores da equipe de apoio das delegacias, como medida de contenção de despesas. O coordenador estadual da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf), Ari Petruzati, critica a medida.

“Com esta decisão, o agricultor que tiver uma demanda, um problema de semente troca-troca, de distribuição de vacina, de máquinas para perfurar poços, de máquinas para desenvolver ações em nível de região, convênios com prefeituras, isto tudo não existe. E não dá para imaginar que um agricultor que mora há 400 km de Porto Alegre ou até mais próximo, que possa chegar até uma esfera de governo, se não tem uma representante lá. Então, o Governo desaparece na área da agricultura”, afirma.

Cem dias depois de iniciar seu mandato, a governadora Yeda Crusius anunciou os nomes dos presidentes das Centrais de Abastecimentos do Rio Grande do Sul e da Companhia Estadual de Silos e Armazéns. Na Cesa, assumirá Carlos Cardinal. Já a Ceasa ficará com o ex-deputado estadual Elmar Schneider, suspeito de envolvimento na chamada Máfia das Consultas.

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