Nem a base de Yeda confia no projeto para a Fase
O ex-líder do governo Yeda, Pedro Westphalen, mais Adolfo Brito, Francisco Appio, Mano Changes, Silvana Covatti e Leila Fetter, do PP. O ex-Chefe da Casa Civil do governo tucano, Luiz Fernando Zachia, mais Edson Brum, Alexandre Postal e Nelson Harter, do PMDB. Estes foram os deputados que integram a base parlamentar de apoio à governadora Yeda e que não registraram presença no momento em que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Giovani Cherini (PDT), verificou o quórum para a votação do projeto de lei 388 que, se aprovado na sessão plenária desta quarta-feira, autorizaria o governo a vender a área da Fase. Com estas ausências, mais as da oposição, a sessão foi encerrada por falta de quórum (seriam necessárias 28 presenças).
A traição de parte do PDMB e do PP à Yeda foi comemorada pelos moradores do Morro Santa Teresa que desde as primeiras horas da manhã se aglomeravam em frente à Assembleia Legislativa e prometiam “fazer campanha contra todos os deputados que não tivessem coragem de barrar a negociata do governo tucano na área da Fase”. Sindicalistas e ambientalistas também celebraram o adiamento da votação. “A base de sustentação do governo Yeda na Assembleia, com 30 deputados ou mais, poderia aprovar qualquer coisa. Mas mais uma vez, nem esta base confiou na boa intenção do governo que sustenta e recuou na hora de dar o cheque em branco para a governadora vender o Morro Santa Teresa. Já que Yeda nunca aceita nada que parta da oposição, deve, agora, tentar entender o recado dos seus próprios deputados. E o recado é: não se pode votar um projeto dessa magnitude em regime de urgência”, analisou o líder do PT, deputado Bohn Gass.
De outra parte, há quem aposte que para contar com os votos dos deputados da base que hoje estiveram ausentes, o governo terá que pagar muito caro. “Ah, isso não vai sair barato”, admitiu um governista quando questionado por um repórter se acreditava que na semana que vem o governo conseguirá reunir o quórum para votar o projeto. Diante de uma segunda indagação – “Como assim, deputado?” – o parlamentar retomou rapidamente o discurso oficial e disse que acredita na aprovação porque o governo vai apresentar uma nova emenda oferecendo garantia aos moradores de que eles não serão retirados da área.
A tal emenda já circulava pelo plenário hoje à tarde mas nem chegou a ser debatida. O anúncio de que ela seria apresentada animou alguns moradores mas não a ponto de gerar apoio ao projeto como um todo. “Ainda é tudo muito genérico. Já é a segunda mexida do governo no projeto que começa a parecer uma colcha de retalhos. E se o governo está fazendo isso agora é porque sabe que este projeto é muito ruim para a cidade,” disse um deles que não quer se identificado “porque eu não sei o que este governo pode fazer com a gente; não teve aquele caso lá do cara do lago de Brasília?”
Mesmo que na semana que vem o projeto seja votado e aprovado, o episódio de hoje é mais uma marca da debilidade da articulação política do governo Yeda. Novamente, diante de um projeto polêmico, não conseguiu, sequer, garantir o quórum da votação.
Confira, agora (e guarde), os nomes dos 26 deputados que, ao registrarem presença na sessão de hoje, deram um nítido sinal de que devem votar a favor da venda do Morro Santa Teresa: Berfran Rosado, Alceu Moreira, Marco Alba, João Fischer, Pedro Pereira, Alberto Oliveira, Gilberto Capoani, Márcio Biolchi, Nedy Marques, Frederico Antunes, Jerônimo Goergen, Adilson Troca, Nelson Marchezan, Paulo Brum, Zila Breitenbach, Abílio dos Santos, Aloísio Classmann, Cassiá Carpes, Luis Augusto Lara, Berfran Rosado, Paulo Odone, Luciano Azevedo, Carlos Gomes, Francisco Pinho, Paulo Borges e Miki Breier. (Maneco)
Foto: Walter Fagundes (Agência Assembléia)
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