quinta-feira, 26 de julho de 2007

Começa a aflorar a verdade sobre o Iraque

Publicado na Folha Online, via Bol Notícias (em "entretenimento"), hoje à tarde:

Documentário sobre erros na guerra do Iraque chega aos cinemas nos EUA

Depois de vários filmes que foram uma crônica da vida dos soldados e civis nas frentes de batalha no Iraque, o diretor americano Charles Ferguson, 52, lança esta semana nos Estados Unidos uma obra que enfoca os artífices do conflito e os preparativos para iniciá-lo. Em "No End In Sight" --que levou o prêmio especial do júri no Festival de Cinema de Sudance--, o diretor explora nas telas grandes como foram tramadas as decisões para a invasão dos Estados Unidos no Iraque, em 2003. Ferguson, formado em ciências políticas, foi membro do centro de pesquisa e análise política do Washington Brookings Institute e, em 1996, ganhou US$ 133 milhões com um negócio na internet, com o qual autofinanciou seu filme de US$ 2 milhões. Com uma precisão de cirurgião, o diretor desenha de forma ferina os planos que os Estados Unidos traçaram para depois da invasão do Iraque, servindo-se do testemunho de 70 figuras-chave. Revelando uma cadeia de decisões políticas da Autoridade Provisória da Coalizão (CPA), que incluíram a dissolução do exército iraquiano, o desmantelamento do Partido Baath, de Saddam Hussein, e o fracasso para conter as desordens civis, o filme explora de forma meticulosa cada passado tramado pelos arquitetos do conflito. As conclusões resultam fulminantes e tal como afirmou um crítico esta semana: "inclusive o público mais bem informado ficará de queixo caído". Ferguson afirma que desejava fazer o filme como uma resposta ao modo com que a guerra no Iraque teria sido abordado incorretamente nos meios de comunicação. "Como especialista em ciências políticas, com muitos amigos analistas de política externa, fiquei especialmente preocupado com a qualidade da cobertura", afirmou. "Foram escritos livros muito bons sobre o Iraque, mas poucos americanos têm tempo para ler um livro de 400 páginas. Não podemos ter uma idéia geral de um problema complicado vendo televisão ou lendo os jornais", explicou. "Eu já conhecia boa parte dos fatos gerais, mas quando fui me inteirando de como era idiota e absurdo o comportamento da administração, resolvi não voltar atrás com o projeto". Para Ferguson, a grande pergunta é se os principais artífices da guerra, o ex-secretário da Defesa americana, Donald Rumsfeld, e seu adjunto Paul Wolfowitz, vão prestar contas por estes fatos. Ambos se negaram a aparecer ante as câmeras do diretor. "Estou certo de que serão julgados severamente pela história, e isso já começou", concluiu.

Um comentário:

Melina Perussatto disse...

Não tenho assistido filmes de guerra dos americanos, por que cansa de ver aquele discurso do bom americano, patriota, pai de família, cristão e blá, blá, blá... me dá náuseas. Mas esse pelo jeito foge à regra. Estou curiosa pra vê-lo. Pena que mais uma vez o "tribunal da história" foi acionado. A história não julga nada, apenas interpreta. Mas enfim, o importante é que a intenção do cara é boa.

Obrigada pelo comentário no meu blog. Gostei do teu também. Vou colocá-lo nos meus links, pode ser?
Vida longa aos blogs. rsrsrs.

Abraço,