A RCTV deve ou não perder a concessão?
Desde que Hugo Chávez foi eleito presidente da Venezuela, em 1998, com 56% dos votos, enfrentou a oposição da mídia local. Em 2000, Chávez foi reeleito depois de promulgada a nova Constituição, com 59% dos votos. Precedendo o golpe de abril de 2002, as cincos principais emissoras do país - dentre elas a RCTV - fizeram campanha para mobilizar a população contra Chávez. Depois do referendo de 2004 - em que 59% dos eleitores mantiveram Chávez no poder - algumas emissoras mudaram sua linha editorial. Jornalistas e entidades que defendem a liberdade de imprensa e alguns observadores internacionais criticam Chávez por atacar pessoalmente jornalistas que criticam o governo. Dizem também que, se fosse para cassar as emissoras ditas "golpistas", deveria tirar todas do ar. A decisão foi anunciada em 2006, quando Chávez saiu fortalecido da reeleição com 62% dos votos. A RCTV é a emissora mais antiga da Venezuela, emprega 3 mil pessoas e, de acordo com o governo, não terá sua concessão renovada - o vencimento será no dia 27 de maio. Qual é a sua opinião?
:: ComentáriosLeandro Rodrigues blogsimpa.zip.net / pensamentodiverso.blogspot.com28/04/2007 - 02h 52m Acho até que sim! Pode parecer - aos olhos dos que respiram o ar que o sistema lhes libera - que é restrição de liberdade. Mas o que é quando lhe manipulam, quando quem - tão vítima quanto suas vítimas, e tão algoz quanto seus algozes - deveria dar informação para a população discernir sobre fatos, nega-nos esse direito e, acima de seu dever de bem informar resolve criar realidades? Estamos tão imersos nas engrenagens capitalistas que não percebemos estarmos já - o globo inteiro - refém de um grande e ilimitado poder, vulgarmente chamado "capital". O capital é uma entidade abstrata em cujo nome cometem-se ferozes atrocidades, que para seus operadores e analistas traduzem-se em cifras e balancetes. Este enorme poder tem boca, vulgarmente chamada "mídia corporativa". É essa boca que doutrina as multidões pelo mundo, que inicia um processo lento de digestão dessas massas (com o perdão pelo trocadilho). Qualquer iniciativa no sentido de suavizar esse poder, de iniciar um gradual incremento de auto-estima nos seres humanos é não só benvinda, mas precisamente necessária. Essa boca ufana-se há muito de ser o único poder verdadeiro. O poder público não tem legitimidade de ser exercido, ou melhor, "exerça-se onde me for conveniente" - transmitiria a imprensa, representante desse "capital"; mas ela própria concede-se a prerrogativa de declarar inocência, de julgar-se e, mais que isso, passar de réu à vítima ao custo de algumas páginas, editoriais e reportagens especiais. É hora de despertar, de impor alguns limites a esse gigante, a fim de garantir a sobrevivência de ambos. E Chávez cumpre seu papel nesse contexto afirmando que sim, tem legitimidade pra mostrar pro seu povo que podem viver sem a RCTV, que ninguém é propriedade alheia, e que todos os cidadãos tem potenciais que merecem ser desenvolvidos, em vez de serem tratados como autômatos alienados que seguem inadvertidamente seus controles remotos. Assim espero...
sábado, 28 de abril de 2007
Concessão da RCTV
Lá no SIVUCA tá rolando uma discussão bem interessante, sobre a concessão da RCTV, da Venezuela. Deixei lá minha opinião (nesse momento é a última publicada), e transcrevo aqui pros leitores do PENSAMENTO DIVERSO (com pequenas correções). Vale a pena passar lá e conferir as outras respostas. Aliás, sempre vale a pena passar lá. O SIVUCA, pra qem não sabe, é o Sistema de Muvuca na internet, sistema onde o pensamento único da mídia não exerce sua hegemonia, e os participantes são todos que querem ver uma mídia independente e libertária, que forme e informe cidadãos conscientes. O SIVUCA não tem a pretensão de dizer a verdade, mas quer dar a chance ao contraditório. Segue a referida transcrição:
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Um comentário:
proibir uma instituição de comunicação - qualquer que seja, fale verdades ou mentiras, manipule ou não as pessoas - é proibir certa parte de uma liberdade. Sou contra essa atitude de Chavez e creio que é mais uma para instituir-se no poder por, sabe-se lá quantos, anos.
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